Joana Treptow deixa a Band e assume a nova Transamérica (TMC) no rádio

Joana Treptow deixa a Band e assume a nova Transamérica (TMC) no rádio
Luana Bassaneze 6 outubro 2025 9 Comentários

Quando Joana Treptow entregou sua carta de demissão à Band na manhã da terça‑feira, 30 de setembro de 2025, ninguém imaginou que o próximo passo seria assumir a bancada de uma rádio que está largando o hit‑parade para virar jornalismo de conteúdo. Ao mesmo tempo, Rodrigo Alvarez também anunciou a saída, confirmando que ambos integrarão o projeto de reformulação da Transamérica, que ganhará a nova marca TMC. A mudança, embora surpreendente, sinaliza um ponto de inflexão no panorama radiofônico brasileiro.

Do estúdio da TV à frequência FM: a trajetória de Joana Treptow

Joana ingressou na Band como estagiária em 2015, depois efetivou‑se como repórter em 2016. Seu primeiro destaque veio no Brasil Urgente, ao lado de José Luiz Datena. De lá, passou pelo BandNews TV, onde ancorou telejornais e mostrou versatilidade.

Em 2018, assumiu a bancada do Café com Jornal ao lado de Luiz Megale, programa que chegou ao fim em 2020. Foi então transferida ao Jornal da Band, onde inicialmente ficou como âncora principal e, nos últimos meses, apresentou especiais sobre meio ambiente, substituindo temporariamente Adriana Araújo nas ausências.

“Deixar a Band é a decisão mais difícil que já tomei,” disse Joana em entrevista ao Estadão. “Mas a oportunidade de construir uma rádio de informação, num país onde a qualidade jornalística ainda é escassa, é um desafio que não podia recusar.”

Rodrigo Alvarez: da Globo à nova Transamérica

Rodrigo, ex‑correspondente internacional da Rede Globo entre 2006 e 2019, chegou à Band em 2023 para reforçar o Melhor da Noite. Pouco depois, migrou para o Bora Brasil, mas acabou deixando a emissora quando a diretoria trouxe Otaviano Costa para o programa.

“O rádio tem um poder de intimidade que a TV nunca oferece,” comentou Rodrigo ao Portal LeoDias. “Na TMC podemos dar voz a pautas que ficam nas sombras dos noticiários curtos.”

Transamérica se reinventa: de música a TMC

Transamérica se reinventa: de música a TMC

A mudança de foco da Transamérica foi anunciada em reunião de diretoria em 12 de setembro de 2025. O plano inclui o fim da grade musical tradicional e a implementação de blocos de notícia, esporte e análises aprofundadas. A nova identidade, TMC (Transamérica Media Content), sob a liderança de César Rojas, diretor de conteúdo, pretende alcançar um público que busca informação em tempo real.

Alguns números já foram divulgados:

  • Investimento de R$ 45 milhões para reformulação de infraestrutura FM.
  • Meta de alcançar 12% da audiência de rádio falado nas capitais até 2027.
  • Contratação de 30 jornalistas e 10 apresentadores esportivos nos próximos seis meses.

Especialistas apontam que o movimento pode pressionar concorrentes como a CBN a intensificar sua produção de conteúdo local.

Reações da indústria e do público

Ao saber das saídas, a diretoria da Band emitiu comunicado citando “respeito à decisão dos profissionais e desejo de sucesso em suas novas jornadas”. O sindicato dos jornalistas, representado por Marcos Salles, destacou que a migração para o rádio pode abrir “portas para formatos híbridos que unem narrativa sonora e jornalística”.

Nas redes sociais, fãs de Joana demonstraram apoio com mensagens como “Boa sorte, Joana! O rádio precisa da sua energia.” Já críticos apontaram o risco de “uma rádio nacional que abandone a música, seu principal carro-chefe”.

O que vem pela frente para TMC

O que vem pela frente para TMC

O primeiro programa piloto da TMC está programado para 5 de outubro de 2025, às 07h00, e contará com Joana apresentando um noticiário matinal focado em meio ambiente e esportes. Rodrigo assumirá a bancada da hora do esporte a partir de 08h00, trazendo análises de futebol e vôlei com entrevistas ao vivo.

Analistas de mídia preveem que, se a estratégia de conteúdo for bem executada, a TMC pode alcançar 2,3 milhões de ouvintes únicos até o final de 2026, preço ainda desconhecido por muitos anunciantes. “É um experimento audacioso,” conclui a consultora de mídia Cláudia Nunes. “Se funcionar, vai mudar a forma como vemos o rádio no Brasil.”

Perguntas Frequentes

Por que Joana Treptow decidiu deixar a Band?

Joana declarou que a oportunidade de liderar a primeira rádio de jornalismo puro no país era irresistível. Ela busca ampliar o alcance das pautas ambientais e esportivas, áreas que vêm ganhando destaque em sua carreira recente.

O que muda na programação da Transamérica?

A emissora deixará de tocar música e passará a oferecer blocos de notícias, análises esportivas e entrevistas ao vivo. A nova marca, TMC, também introduzirá podcasts diários e cobertura de eventos ao vivo.

Quem são os principais jornalistas que se juntarão à TMC?

Além de Joana Treptow e Rodrigo Alvarez, a TMC já anunciou a contratação de Carla Mendes (reportagem investigativa) e Pedro Lira (esporte).

Como a mudança pode afetar o mercado publicitário?

Anunciantes que antes investiam em spots musicais precisarão repensar formatos. A expectativa é que marcas de tecnologia, finanças e saúde aproveitem os novos blocos de conteúdo para campanhas mais segmentadas.

Quando o primeiro programa da TMC será ao ar?

A estreia está marcada para 5 de outubro de 2025, às 07h00, com Joana Treptow apresentando o noticiário matinal.

9 Comentários

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    Marko Mello

    outubro 6, 2025 AT 01:56

    Ao observar a transição da Band para a recém‑nascida Transamérica Media Content, não consigo deixar de notar que estamos perante um ponto de inflexão histórico que, em sua essência, remete a um verdadeiro renascimento da comunicação falada no país; essa mudança, ao mesmo tempo em que celebra a busca por jornalismo de qualidade, também traz consigo uma série de implicações estruturais que merecem análise aprofundada, pois cada decisão de corte de música e inserção de blocos de notícia pode ser vista como um ato deliberado de reconfiguração de audiências, que historicamente se alimentam de melodias para sustentar seu engajamento; é impossível dissociar o investimento de R$ 45 milhões da estratégia de posicionamento de mercado, pois tal cifra sinaliza não apenas um comprometimento financeiro, mas também um voto de confiança em profissionais que, como Joana Treptow e Rodrigo Álvarez, trazem consigo décadas de experiência acumulada em diferentes meios de comunicação, reforçando, assim, a ideia de que a convergência de mídia não é mera moda, mas um fenômeno inevitável; além disso, a proposta de alcançar 12% da audiência de rádio falado nas capitais até 2027 se alinha com pesquisas que indicam que o público urbano está cada vez mais sedento por conteúdo informativo, e esse desejo se traduz em um potencial de monetização ainda pouco explorado pelas agências de publicidade, que tradicionalmente direcionam recursos para spots musicais; ao considerar a aparente concorrência com a CBN, é imprescindível reconhecer que a diferenciação da TMC, ao apostar em narrativas sonoras híbridas, pode estabelecer novos padrões de produção, estimulando a criação de podcasts e cobertura ao vivo de eventos, o que, por sua vez, gera oportunidades inéditas para a formação de comunidades de ouvintes engajados; por fim, a presença de jornalistas renomados como Carla Mendes e Pedro Lira evidencia a seriedade do projeto, pois a expertise investigativa e esportiva traz um grau de credibilidade que pode ser decisivo para a consolidação da nova identidade, garantindo, assim, que a radiofônica brasileira não se torne apenas mais um canal de notícias, mas um farol de informação aprofundada, capaz de inspirar e orientar a sociedade em tempos de mudanças rápidas e incertas.

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    robson sampaio

    outubro 6, 2025 AT 02:46

    É evidente que a narrativa de "revolução" proclamada pelos executivos da TMC mascara, na prática, uma estratégia de captura de market share que ignora as verdadeiras necessidades do ouvinte, já que a substituição do hit‑parade por blocos de notícia pode gerar um esvaziamento de conteúdo cultural e, consequentemente, alienar aquela parcela da audiência que ainda valoriza a música como elemento identitário, o que, em termos de business intelligence, representa um risco calculado que poderia ser mitigado com uma abordagem mais híbrida, integrando, por exemplo, curadorias de trilhas sonoras temáticas durante as pausas informativas, ao invés de um corte absoluto de música que, no mínimo, parece uma decisão tomada sob influência de modismos corporativos.

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    Portal WazzStaff

    outubro 6, 2025 AT 03:53

    Olha, pessoal, eu acho que a mudança pra TMC pode ser bem bacana pra quem curte aprofundar nos assuntos, tipo meio ambiente e esporte, porque agora tem mais espaço pra análises e reportagens. Tô animado pra ver como vai ficar o programa da Joana de manhã, espero que eles mantenham a qualidade e não percam a conexão com a gente, ouvintes. Se precisar de alguma sugestão, só falar, tamo aqui pra apoiar!
    Ah, e vamos torcer pra que o investimento de 45 mi seja bem usado.

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    Anne Princess

    outubro 6, 2025 AT 05:00

    Não dá pra aceitar essa ideologia de retirar a música da rádio! Isso é um absurdo total, uma decisão que vai alienar milhões de ouvintes que dependem da música para sua rotina diária!!! O rádio tem que ser um mix, não pode virar só jornal!!!

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    Maria Eduarda Broering Andrade

    outubro 6, 2025 AT 06:06

    A adoção de um modelo exclusivamente informativo pode ser vista como uma estratégia de controle da narrativa, alimentando a hipótese de que grupos de poder pretendem suprimir a dissidência através da monopolização do discurso público.

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    Adriano Soares

    outubro 6, 2025 AT 07:13

    Legal, vamos ver como isso funciona. Boa sorte pra eles.

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    Rael Rojas

    outubro 6, 2025 AT 08:20

    Ao teorizar sobre a transmutação da Transamérica em TMC, somos compelidos a reconhecer que a mera substituição de um paradigma musical por um informacional não equivale necessariamente a uma elevação qualitativa do discurso; ao contrário, tal metamorfose pode revelar-se como mera fachada de sofisticamento simbólico, desprovida de substancial profundidade, o que exige uma leitura crítica que transcenda as aparências superficiais e revele as possíveis falhas estruturais subjacentes ao projeto.

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    Barbara Sampaio

    outubro 6, 2025 AT 09:26

    Oi gente! Só queria acrescentar que, se a TMC realmente investir em podcasts diários e cobertura ao vivo, isso pode gerar oportunidades de participação para jornalistas emergentes, o que seria ótimo pra diversificar vozes. Também acho importante que a programação inclua segmentos regionais, pra não deixar ninguém de fora.
    Vamos ficar de olho nos próximos lançamentos!

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    Eduarda Ruiz Gordon

    outubro 6, 2025 AT 10:33

    Vai ser um sucesso!

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