México e Uruguai empatam em 0 a 0 em amistoso preparatório para a Copa do Mundo de 2026

México e Uruguai empatam em 0 a 0 em amistoso preparatório para a Copa do Mundo de 2026
Luana Bassaneze 16 novembro 2025 0 Comentários

Zero a zero. Sem gols, sem emoção aparente, mas com muito em jogo. México e Uruguai terminaram o amistoso realizado no sábado, 15 de novembro de 2025, no Estádio Nuevo Corona, em Torreón, sem que ninguém conseguisse abrir o placar. A partida, válida como preparação para a Copa do Mundo de 2026, foi um espelho da realidade de ambas as seleções: organizadas, cautelosas, mas com dificuldade em finalizar. E isso não é só um problema técnico — é um sinal de alerta para os torcedores que esperam mais do que defesa no Mundial que será sediado em solo mexicano.

Posse, chutes... e nada no fundo da rede

O México dominou as estatísticas como quem quer convencer a torcida de que está no caminho certo: 53% de posse de bola, 418 passes (86% de precisão), 11 chutes — três deles no gol. O Uruguai, por outro lado, jogou com menos bola, mas com mais intenção. Apenas 3 chutes, mas dois na direção certa. E mesmo assim, nenhuma das duas equipes conseguiu superar a solidez defensiva do adversário. Foi um jogo de quem teme errar mais do que quem quer ganhar. O técnico mexicano pareceu priorizar a organização coletiva, enquanto o uruguaio apostou na contra-ataque, mas sem os gols que costumam vir das pernas de Facundo Torres ou Diego Lainez.

Brasileiros em campo: o Uruguai que vive no Brasil

Aqui está um detalhe que poucos notaram, mas que diz muito sobre o futebol atual: três titulares do Uruguai atuam no futebol brasileiro. O lateral-esquerdo Piquerez e o meio-campista Emiliano Martínez, ambos do Palmeiras, e o lateral-direito Guillermo Varela, do Flamengo, foram titulares. O atacante Facundo Torres, também do Palmeiras, entrou no segundo tempo — e foi, talvez, o jogador que mais chegou perto de decidir o jogo. Ainda assim, não foi suficiente. O fato de o Uruguai contar com tantos jogadores atuando no Brasil não é acidente: é estratégia. O Campeonato Brasileiro é uma escola de ritmo, intensidade e pressão — exatamente o que o time uruguaio precisa para a Copa do Mundo.

Cartões e tensão: o jogo se tornou físico

Se o placar não abriu, a tensão cresceu. Sete cartões amarelos foram distribuídos — quatro para o México, três para o Uruguai — e o jogo ficou cada vez mais ríspido nos últimos 20 minutos. O capitão mexicano Edson Álvarez levou o primeiro amarelo aos 38 minutos, e logo depois, Nahitan Nández respondeu pelo Uruguai. No fim, Guillermo Varela foi o último a ser advertido, aos 93 minutos, quase como um sinal de que a partida poderia ter terminado em confusão. Nenhum escanteio. Nenhuma penalidade. Apenas 90 minutos de futebol sem inspiração, mas com muita disciplina.

Passado recente: Uruguai leva vantagem, México busca recuperação

Nos últimos cinco confrontos entre as duas seleções, o Uruguai venceu quatro. O México só levou a melhor em um deles — e foi justamente em um amistoso, em 2023. Mas aqui está o contraste: enquanto o Uruguai chega com confiança, mesmo empatando, o México vem de uma série preocupante. Em seus dois últimos amistosos, antes desse, perdeu para o Japão e empatou com a Colômbia — sem marcar um único gol. A defesa, no entanto, é um ponto forte: apenas 12 gols sofridos em 18 jogos, média de 0,67 por partida. Isso mostra que o time mexicano sabe se proteger. Mas será que isso basta para avançar na Copa do Mundo? A pergunta fica no ar.

O que vem a seguir: dois jogos decisivos em 17 de novembro

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Enquanto o México enfrenta o Paraguai no Alamodome, em San Antonio, às 22h30 (horário de Brasília), o Uruguai já está em campo contra os Estados Unidos, no Raymond James Stadium, em Tampa, às 21h. Ambos os jogos são cruciais. O México precisa de resultados positivos para ganhar confiança. O Uruguai, por sua vez, quer provar que ainda é uma ameaça real no cenário sul-americano. O futebol não espera. E a Copa do Mundo de 2026 não está longe.

Por que esse empate importa?

Não foi um jogo bonito. Não foi um jogo emocionante. Mas foi um jogo revelador. O México ainda não encontrou seu ataque. O Uruguai ainda não encontrou seu ritmo. Ambos sabem que a Copa do Mundo será diferente: em casa, para o México; fora, para o Uruguai. E em um Mundial, a defesa vence partidas, mas só os gols vencem campeonatos. Se os dois times não melhorarem sua eficiência ofensiva nas próximas semanas, a fase de grupos pode ser mais dura do que qualquer um imagina.

Frequently Asked Questions

Por que o México não marcou, mesmo dominando a posse de bola?

O México teve 11 chutes, mas apenas três foram no gol — e todos foram facilmente defendidos pelo goleiro Santiago Mele. O problema não foi a posse, mas a falta de criatividade na área. Raúl Jiménez, o centroavante titular, foi isolado e não recebeu passes decisivos. A equipe precisa de um jogador que consiga criar espaço e finalizar, algo que não aconteceu nesse jogo.

Quais jogadores do Uruguai atuam no Brasil e por que isso é importante?

Três titulares uruguaios jogam no Brasil: Piquerez e Emiliano Martínez (Palmeiras) e Guillermo Varela (Flamengo). Isso é importante porque o Campeonato Brasileiro exige alta intensidade, ritmo acelerado e adaptação à pressão — características essenciais para a Copa do Mundo. Esses jogadores já estão acostumados com o nível físico exigido no Mundial, o que dá ao Uruguai uma vantagem tática.

Qual foi o impacto da entrada de Facundo Torres no segundo tempo?

Facundo Torres, do Palmeiras, entrou aos 46 minutos e foi o jogador que mais se aproximou da meta mexicana. Criou duas oportunidades claras, incluindo um chute cruzado que passou por centímetros da trave. Ele é o tipo de jogador que pode decidir jogos em momentos decisivos — e seu desempenho mostrou que o Uruguai tem uma opção ofensiva real, mesmo sem marcar.

Por que o jogo teve tantos cartões amarelos?

A tensão cresceu à medida que o tempo passava e os gols não vinham. Jogadores dos dois lados começaram a forçar as entradas, tentando interromper o fluxo do adversário. O Uruguai, mais agressivo na marcação, e o México, mais nervoso ao perder a bola, acabaram acumulando faltas. Sete cartões foram um reflexo da pressão psicológica de ambos os times.

O empate 0 a 0 prejudica as chances do México na Copa do Mundo?

Sim, se não for corrigido. O México precisa de mais eficiência ofensiva. Mesmo com uma defesa sólida, não pode depender apenas disso em um Mundial. Em 2022, o time foi eliminado por uma equipe que não tinha tanta posse de bola, mas sabia finalizar. Se não melhorar a qualidade dos passes na área e a movimentação dos atacantes, pode enfrentar dificuldades até na fase de grupos.

O Uruguai ainda é uma ameaça real na Copa do Mundo de 2026?

Com certeza. Mesmo sem marcar, o Uruguai mostrou organização defensiva e qualidade individual. A presença de jogadores que atuam no Brasil e a experiência de jogadores como José Giménez e Nahitan Nández dão ao time maturidade. Se o ataque encontrar o ritmo — e Facundo Torres se consolidar como protagonista —, o Uruguai pode chegar longe na competição.