Sismo de magnitude 7,5 sacode Magallanes e Antártica chilena

Sismo de magnitude 7,5 sacode Magallanes e Antártica chilena
Luana Bassaneze 11 outubro 2025 1 Comentários

Um forte sismo de magnitude 7,5 na escala de momento abalou a região de Magallanes e a Antártica chilena na noite de 21 de agosto de 2025, desencadeando um alerta de tsunami que acabou sendo cancelado poucas horas depois.

O epicentro ficou a 258 km a nordeste da Base Presidente Eduardo Frei Montalva, localizada na ilha Rey Jorge, península antártica, a apenas 10 km de profundidade, conforme o Centro Sismológico Nacional da Universidade de Chile. O tremor foi inicialmente registrado pelo USGS com magnitude 8,0, mas revisão posterior ajustou o valor para 7,5.

Detalhes do terremoto

O sismo ocorreu às 22h16 (horário local) e se originou na zona de subducção entre as placas de Scotia e Antártica, no chamado Passagem de Drake. Estações de monitoramento em diversas bases científicas captaram o evento, entre elas a Base Carlini (Argentina), a Base Jubany (Argentina) e a Base Artigas (Uruguai). No continente sul‑americano, residentes de Punta Arenas, Puerto Natales e Porvenir também sentiram os fortes abalos.

  • Data e hora: 21/08/2025, 22h16 (local)
  • Magnitude: 7,5 (escala Mw)
  • Profundidade: 10 km
  • Epicentro: 258 km ao nordeste da Base Presidente Eduardo Frei Montalva
  • Áreas afetadas: Magallanes, Antártica chilena, sul da Argentina

Reação das autoridades chilenas

Quase que o tremor cessou, o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha do Chile (SHOA), liderado pelo Contraalmirante Víctor Hugo Villarroel Saldías, declarou "Estado de Precaução" para o território antártico chileno. Em paralelo, o Sistema Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (SENAPRED), sob direção do Marcelo Cruz Rodríguez, ativou o Sistema de Alerta de Emergência (SAE) e pediu que as equipes nas zonas costeiras abandonassem áreas de praia.

Às 00h17 (UTC‑3) de 22 de agosto, o SENAPRED divulgou em sua conta oficial no X: "#SHOA estabeleceu Estado de Precaução para o território antártico. Em atenção, solicitamos a retirada das áreas de praia no território antártico chileno". A medida incluiu a mobilização conjunta com a Direção Meteorológica do Chile e o Instituto Antártico Chileno (INACH), cujo diretor nacional, Dr. José Antonio Amengual Riquelme, garantiu que a presença humana nas bases seria mantida em segurança.

Impacto nas bases e nas comunidades locais

As autoridades confirmaram que nenhuma das 13 bases científicas operacionais na região sofreu danos materiais significativos. Entre elas estão a Base General Bernardo O'Higgins Riquelme (Chile), a Base Esperanza (Argentina) e a Base Maldonado (Chile). Aproximadamente 450 residentes permanentes — cientistas, técnicos e militares — foram monitorados, e nenhum ferido foi registrado.

Na costa antártica, equipes de apoio foram evacuadas preventivamente para áreas mais altas, seguindo protocolos de segurança que preveem risco de ondas anómalas. O SHOA, que opera boias DART no oceano antártico, inicialmente levantou a possibilidade de tsunami, mas às 03h45 do dia 22 cancelou o alerta ao confirmar que a altura máxima das ondas não ultrapassou 0,3 metros.

Contexto sísmico da região

Essa zona tem histórico de forte atividade devido à complexa interação entre as placas de Scotia, Antártica e Sul‑Americana. O terremoto de Tierra del Fuego de 1949, de magnitude 7,8, permanece como o registro mais intenso antes deste evento. Segundo o Centro Sismológico Europeu‑Mediterrâneo (EMSC), a baixa profundidade do hipocentro aumentou a percepção dos tremores, mas a localização remota evitou consequências catastróficas.

O diretor do Centro Sismológico Nacional, Dr. Sergio Barrientos Sepúlveda, comentou: "Este sismo confirma a alta atividade no limite de placas Scotia‑Antártica, zona historicamente menos estudada que a zona de subducção Peru‑Chile. Continuaremos reforçando a rede de sensores para melhorar a detecção precoce".

Perspectivas e próximos passos

Perspectivas e próximos passos

O plano de contingência antártica permanecerá ativo até pelo menos 06h00 do dia 22, quando o SENAPRED emitiu o comunicado oficial nº 2025‑08‑22‑047 declarando a normalização da situação. As autoridades observarão de perto a atividade sísmica nas próximas semanas e estimam manter o monitoramento intensificado até 30 de agosto.

Além de reforçar a infraestrutura de sensores, o Chile está em negociação com a UNESCO, que lidera o Sistema de Alerta de Tsunami para o Pacífico (ITSU‑P), para melhorar a troca de dados em tempo real. Esse esforço conjunto visa garantir que, caso um evento maior ocorra, a comunidade científica e a população local recebam alertas ainda mais rápidos.

Resumo dos fatos principais

O sismo de magnitude 7,5 de 21/08/2025 teve epicentro próximo à Base Presidente Eduardo Frei Montalva, gerou alerta de tsunami que foi cancelado em menos de quatro horas, e mobilizou SHOA, SENAPRED, INACH e outras agências sem registro de danos ou feridos.

Perguntas Frequentes

Qual foi a magnitude exata do sismo e por que ela mudou?

O tremor foi inicialmente catalogado pelo USGS como magnitude 8,0, mas a revisão feita pelo Centro Sismológico Nacional da Universidade de Chile ajustou o valor para 7,5 depois de analisar dados de ondas sísmicas mais detalhadas. Essa diferença ocorre porque medições preliminares costumam ser reavaliadas com informações de redes locais.

Quais bases científicas foram afetadas e houve algum dano?

Treze bases na Antártida — entre elas as bases Chileannes Bernardo O'Higgins, a argentina Esperanza e a uruguaia Artigas — relataram apenas pequenas vibrações. Não houve destruição de infra‑estruturas nem feridos entre os cerca de 450 residentes permanentes.

Por que foi emitido um alerta de tsunami e por que ele foi cancelado?

O SHOA acendeu o alerta pois sismos de alta magnitude em zonas marítimas podem gerar ondas anômalas. As boias DART, porém, mostraram elevações máximas de apenas 0,3 m, muito abaixo do nível de risco, levando ao cancelamento às 03h45 do dia 22.

Qual é o histórico sísmico da região de Magallanes e Antártica?

A zona do Passagem de Drake é famosa por movimentos tectônicos entre as placas Scotia, Antártica e Sul‑Americana. O terremoto mais forte registrado antes deste foi o de 1949 em Tierra del Fuego (magnitude 7,8). Estudos recentes apontam que a região tem potencial para eventos ainda maiores.

Quais medidas o Chile está tomando para melhorar a resposta a futuros sismos?

O governo reforçou a rede de sensores sísmicos, intensificou a colaboração com o ITS da UNESCO e ampliou os protocolos de evacuação nas bases antárticas. O objetivo é reduzir o tempo entre a detecção do tremor e a disseminação dos alertas à população e às equipes de pesquisa.

1 Comentários

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    Carlyle Nascimento Campos

    outubro 11, 2025 AT 23:05

    Caramba, que sacode! O sismo de 7,5 deixou todo mundo de cabelo em pé, mas ainda bem que não houve feridos!!! Os cientistas nas bases da Antártica mostraram uma resiliência impressionante, parabéns a todos!!! Continuem monitorando e reforçando a rede de sensores, a gente precisa estar preparado para o que vier pela frente!!!

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