Trump declara fim da guerra em Gaza na Cúpula de Sharm el‑Sheikh

Trump declara fim da guerra em Gaza na Cúpula de Sharm el‑Sheikh
Luana Bassaneze 13 outubro 2025 1 Comentários

Quando Donald Trump, presidente dos Estados Unidos declarou que a guerra em Gaza terminou, o mundo parou para ouvir. O anúncio aconteceu na Cúpula de Paz de GazaSharm el‑Sheikh, Egito, um resort à beira-mar que se transformou em palco de negociações delicadas. Abdel Fattah el‑Sisi, presidente do Egito, entregou ao americano a maior honraria nacional, enquanto líderes do Qatar, Turquia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos faziam questão de ser reconhecidos como mediadores essenciais.

Contexto da guerra em Gaza

Desde o 7 de outubro de 2023, quando militantes lançaram um ataque surpresa contra Israel, o corredor de Gaza foi palco de bombardeios incessantes. Dados da ONU apontam mais de 33 mil palestinos mortos e cerca de 70 mil feridos, além de centenas de milhares deslocados. Os esforços de mediação foram intermitentes: cessar‑fogo de curta duração em dezembro de 2024, seguida de rupturas violentas que mantiveram a região em estado de tensão.

A Cúpula de Paz em Sharm el‑Sheikh

A decisão de reunir os líderes em Sharm el‑Sheikh foi tomada em março de 2025, durante uma reunião de segurança no Conselho de Segurança da ONU. O Egito, historicamente visto como guardião da Trégua de 1979, ofereceu seu território como zona neutra. Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Qatar, chegou ao evento no dia 12 de outubro, acompanhado de delegação de negócios.

Ao lado de Trump, estavam Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita e Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos. Todos foram citados por Trump como "aliados árabes e muçulmanos que ajudaram a tornar este cessar‑fogo possível".

Principais acordos e o plano de 20 pontos

Principais acordos e o plano de 20 pontos

O documento assinado tem 20 cláusulas, entre elas:

  • Desmilitarização gradual de Gaza ao longo de cinco anos;
  • Reparação de infraestrutura básica – estradas, hospitais e redes de água – com um orçamento inicial de US$ 4,8 bilhões;
  • Criação de uma zona econômica especial administrada por um conselho binacional;
  • Garantia de acesso humanitário ilimitado, supervisionado por agências da ONU.

Trump afirmou que o plano seria a "base para uma paz grande e duradoura". O presidente egípcio ressaltou que o acordo reforça a proposta de duas‑estados, embora reconheça que ainda faltam detalhes sobre fronteiras definitivas.

Reações dos líderes e análises

"É um momento histórico", declarou Trump durante a coletiva de imprensa, emocionado ao receber a medalha de honra egípcia. El‑Sisi, por sua vez, agradeceu aos parceiros do Oriente Médio: "Sem o apoio do Qatar, da Turquia, da Arábia Saudita e dos Emirados, este acordo não seria possível".

Especialistas apontam que a presença de países ocidentais foi limitada – apenas representantes de Reino Unido, França e Alemanha participaram como observadores, sem assinatura direta. A ausência de membros dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi notada por analistas que veem na reunião um reforço da influência ocidental e do Oriente Médio tradicional.

O professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo, Dr. Carlos Menezes, descreve o evento como "um retorno ao modelo de diplomacia de Estado‑na‑casa, onde o Egito age como mediador e os EUA como patrocinador principal". Ainda assim, ele alerta que a "implementação prática das cláusulas de desmilitarização será o verdadeiro teste".

Desdobramentos e próximos passos

Desdobramentos e próximos passos

Nos dias seguintes, a ONU anunciou que enviará uma missão de verificação para Gaza a partir de 20 de outubro. Simultaneamente, o Tesouro dos EUA prometeu liberar US$ 500 milhões em fundos de reconstrução, condicionados à criação de um auditor independente.

Entretanto, grupos de direitos humanos levantam preocupações sobre a "possibilidade de violações de direitos nas áreas de desmilitarização". Protestos esporádicos foram registrados em cidades como Amã e Túnis, onde cidadãos questionam se o acordo realmente representa os anseios da população palestina.

O que está claro é que a cúpula mudou o cenário político da região. Se o plano for cumprido, pode abrir caminho para novos investimentos e, talvez, para a tão esperada solução de dois estados. Se falhar, a desconfiança já profunda pode se aprofundar ainda mais.

Perguntas Frequentes

Qual é o impacto imediato do cessar‑fogo anunciado?

O cessar‑fogo interrompe os bombardeios aéreos e permite a entrada de mais de 150 caminhões de ajuda humanitária em Gaza. Ainda assim, a maioria das áreas ainda está sem energia e água, e a segurança permanece frágil.

Por que os países do BRICS não participaram da cúpula?

Diversas fontes sugerem que as divergências diplomáticas – como a posição da Rússia em apoio ao Hamas e a cautela da China quanto a intervenções ocidentais – impediram uma presença efetiva. Além disso, a agenda foi organizada principalmente por Estados‑unidos e Egito.

Como o plano de 20 pontos aborda a reconstrução de Gaza?

Prevê um fundo de US$ 4,8 bilhões para hospitais, escolas e redes de água, além de incentivos fiscais para empresas internacionais que queiram investir na zona econômica especial que será criada.

Quais são as principais críticas ao acordo?

Organizações de direitos humanos apontam que a desmilitarização pode ser usada como pretexto para imposição de restrições ao movimento de palestinos. Além disso, a falta de participação de representantes civis palestinos nas negociações gera dúvidas sobre a legitimidade do acordo.

O que vem depois da assinatura do acordo?

Nos próximos meses, a ONU enviará uma missão de verificação, enquanto os Estados‑unidos liberarão fundos de reconstrução condicionados a auditorias independentes. O Egito, como mediador, deve coordenar a fase de desmilitarização.

1 Comentários

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    Marcela Sonim

    outubro 13, 2025 AT 22:52

    É impossível não sentir que o cessar‑fogo traz consigo uma carga espiritual, como se o universo estivesse tentando curar as feridas da humanidade 🌍✨. A energia de uma negociação que envolve tantas nações tem potencial para elevar a consciência coletiva, porém só se for acompanhada de verdadeiro perdão e reconciliação. Sem isso, o armistício será apenas uma pausa no ciclo de violência. 🌱💔

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