IPCA sobe 0,48% em setembro de 2025 e pressiona a Selic

IPCA sobe 0,48% em setembro de 2025 e pressiona a Selic
Luana Bassaneze 10 outubro 2025 1 Comentários

O IPCA registrou alta de 0,48% em setembro de 2025, segundo a divulgação feita nesta quarta‑feira, Divulgação do IPCA de setembro de 2025Rio de Janeiro. A informação saiu às 9h00, horário de Brasília, por meio do IBGE, que também apontou acumulado anual de 3,15% e 5,17% nos últimos 12 meses.

Contexto histórico da inflação no Brasil

Desde a criação do índice, em 1980, o IPCA tem sido a referência oficial para o combate à alta dos preços. Em 2023, por exemplo, a taxa mensal ficou em 0,56% e o acumulado do ano chegou a 4,62%, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Já em 2022, o país vivenciou um pico de 0,91% em um único mês, o que forçou o Banco Central a elevar a taxa Selic para 13,75%.

O que muda em 2025? Entre janeiro e setembro, o índice subiu 3,15%, bem acima dos 2,2% esperados por analistas antes da divulgação. A variação de 0,48% no último mês traz o acumulado de 12 meses para 5,17%, colocando a inflação um ponto acima do centro da meta de 3,0% +‑ 1,5% fixada pelo CMN.

Detalhes da divulgação de setembro

Na reunião de imprensa, a presidente do Simone Tebet explicou que o cálculo do IPCA se baseia em uma amostra de 430 mil preços coletados em 30 mil estabelecimentos, distribuídos por 13 áreas urbanas do país. São nove grupos de produtos e serviços que compõem a cesta de consumo – alimentação, habitação, transportes, saúde, educação, vestuário, lazer, bens duráveis e outros.

Em setembro, seis desses grupos apresentaram alta, sendo o de combustíveis o mais impactante, com variação de 1,40% – número que chegou a puxar a taxa geral para cima. O grupo de alimentos acompanhou com 0,29 ponto percentual de contribuição positiva.

  • Variação mensal: 0,48%.
  • Acumulado em 2025 (até setembro): 3,15%.
  • Acumulado nos últimos 12 meses: 5,17%.
  • Principal impulsionador: combustíveis (+1,40%).
  • Comparação com meta do CMN: 1,17 ponto acima do centro (3,0%).
Reações do governo e do mercado financeiro

Reações do governo e do mercado financeiro

O governo federal, por meio do Banco Central do Brasil, ainda não anunciou ajustes na taxa básica de juros. Contudo, analistas do mercado veem a pressão inflacionária como um sinal de alerta para o Comitê de Política Monetária (COPOM), que se reúne em 20 de outubro.

“Se a inflação continuar acima da meta, a tendência é que a Selic seja elevada novamente. O risco está nos preços de energia e alimentos, que ainda estão vulneráveis a choques externos”, comentou Mariana Silva, economista da corretora XP Investimentos, em entrevista ao nosso portal.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, alertou que o aumento pode comprometer o poder de compra das famílias, sobretudo das classes mais baixas, cujas despesas com alimentação e energia representam mais da metade do orçamento.

Impactos no poder de compra e na política monetária

A inflação de 5,17% nos últimos 12 meses significa que, se o salário médio não crescer no mesmo ritmo, os consumidores perderão poder aquisitivo. O IBGE reforçou que "a inflação pessoal varia de acordo com o padrão de consumo de cada família"; portanto, quem gasta mais com carne e educação pode sentir o aperto de maneira mais aguda.

Ao mesmo tempo, a Selic, que permanece em 10,75% desde a última reunião de março, ainda está acima do nível considerado confortável para estimular investimentos. Um novo aumento poderia trazer custos de crédito mais altos, afetando empresas de médio porte que dependem de financiamento bancário.

Especialistas apontam que o Banco Central tem usado a política de "câmbio flutuante controlado" para conter a pressão sobre os preços de importação, mas a volatilidade do dólar – que fechou a semana em R$5,30 – pode reverter esse cenário.

Próximos passos e previsões

Próximos passos e previsões

O próximo boletim do IPCA está marcado para 10 de novembro de 2025, contendo os números de outubro. Enquanto isso, o COPOM deve se reunir em 20 de outubro para decidir sobre a taxa Selic. Se a inflação permanecer acima da meta, espera‑se um aumento de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para 11,00%.

Para o cidadão comum, a dica é ficar de olho nos reajustes de salários, nos contratos de aluguel e nas tarifas de serviços públicos, que costumam ser revisados com base no índice oficial.

Perguntas Frequentes

Como a variação do IPCA afeta o salário mínimo?

O salário mínimo no Brasil é reajustado anualmente com base na inflação do IPCA dos 12 últimos meses. Com o índice em 5,17% ao ano, os trabalhadores podem esperar um aumento próximo a esse patamar na próxima negociação salarial, embora o governo possa aplicar limites políticos.

Qual a relação entre o IPCA e a taxa Selic?

O Banco Central usa a Selic como principal instrumento para controlar a inflação. Quando o IPCA supera a meta, o Comitê de Política Monetária (COPOM) pode elevar a Selic, encarecendo o crédito e reduzindo a demanda, o que tende a frear a alta de preços.

Por que o preço dos combustíveis tem tanto peso no IPCA?

Combustíveis entram na cesta de consumo como parte dos transportes e da energia. Uma alta de 1,40% em gasolina repercute no custo de deslocamento, no preço de fretes e até na tarifa de energia elétrica, ampliando seu efeito sobre o índice geral.

O que o Conselho Monetário Nacional (CMN) faz em relação à inflação?

O CMN define a meta de inflação para o ano, estabelece o intervalo de tolerância e orienta as políticas monetárias do Banco Central. Quando o IPCA se afasta da meta, o CMN pode autorizar ajustes na taxa Selic ou mudar a estratégia de metas.

Como as famílias podem se proteger de uma alta do IPCA?

Reavaliar o orçamento, priorizar gastos essenciais e buscar alternativas mais baratas para alimentos e energia são medidas imediatas. No médio prazo, diversificar investimentos em ativos que tendam a acompanhar a inflação, como títulos indexados ao IPCA, pode preservar o poder de compra.

1 Comentários

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    Rafaela Gonçalves Correia

    outubro 10, 2025 AT 04:38

    Fala, galera! Vocês já repararam como o aumento do IPCA costuma ser a fachada para algo maior? Parece que há uma agenda oculta, uma espécie de experimento macroeconômico conduzido por grupos que preferem nos manter na ignorância. Cada ponto percentual que sobe pode estar ligado a uma política de manipulação de mercado que visa beneficiar poucos privilegiados.
    Não é por acaso que o aumento de 0,48% vem acompanhado de um silêncio quase total das agências reguladoras, como se quisessem esconder a verdadeira causa.
    Alguns dizem que é só a volatilidade dos combustíveis, mas será que não é, na verdade, uma estratégia para inflar os lucros das grandes petrolíferas?
    E a Selic? Eles dizem que vai subir, mas quem realmente controla essa decisão? Eu acredito que há pressões internas que vão muito além da simples regra de ouro da inflação.
    A verdade é que as moedas digitais, as criptos, estão crescendo justamente porque a população percebe que o sistema tradicional está falhando.
    E tem mais: o IBGE coleta preços de forma seletiva, o que pode gerar distorções nos índices.
    Quando eles dizem que o índice subiu 5,17% nos últimos 12 meses, está sendo apresentado para gerar pânico e justificar medidas restritivas.
    Eu fico desconfiado de quem realmente lucra com essas notícias alarmistas.
    É importante que a gente questione a fonte dos dados, revise a metodologia e, principalmente, busque fontes independentes.
    Não podemos aceitar tudo que os meios oficiais dizem sem antes analisar os bastidores.
    Existe ainda a suspeita de que algumas empresas de auditoria são parceiras dos grandes bancos, facilitando a divulgação de números que favoreçam políticas de crédito mais caras.
    Isso tudo cria um ciclo vicioso: inflação alta faz a Selic subir, o crédito encarece, as empresas sofrem e, eventualmente, demitimos, o que aumenta ainda mais o desemprego.
    O desemprego, por sua vez, reduz o consumo, mas também aumenta a pressão por políticas populistas que podem desestabilizar ainda mais a economia.
    Portanto, antes de aceitar o discurso de que a única solução é subir a taxa básica, devemos analisar quem realmente se beneficia com esse caminho.
    Fiquem atentos, compartilhem informações verificadas e não deixem de questionar os poderes ocultos que movimentam o nosso dinheiro.

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