
Quando Rogério Azevedo, diretor de Operações da Companhia do Metropolitano de São Paulo, divulgou na manhã de 3 de janeiro de 2025 a Reformulação dos Horários das Bilheterias 2025, ficou claro que o objetivo era reduzir o horário das bilheterias para 6h‑22h. O anúncio, feito em São Paulo, afetará cinco estações da Linha 15‑Prata a partir de 15 de janeiro e se estenderá a outras linhas ao longo do ano.
Contexto da mudança
A decisão surge depois de anos de estudo interno que apontaram um baixo aproveitamento das bilheterias nos horários noturnos e muito cedo pela manhã. Segundo dados divulgados no comunicado de 3 de janeiro, apenas 4,5% dos passageiros que compram passagens nos guichês utilizam esse serviço entre 4h40 e 6h ou após 22h, representando menos de 0,4% do total de usuários pagantes. A justificativa oficial – “otimizar recursos humanos e incentivar a digitalização” – ecoa as tendências globais de transporte público.
Fases de implementação
A reforma será implementada em quatro fases, todas com divulgação visual e sonora duas semanas antes de entrar em vigor.
- Fase 1 – 15 de janeiro de 2025: cinco estações da Linha 15‑Prata (Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba e São Mateus) terão o horário alterado para 6h‑22h.
- Fase 2 – 29 de janeiro de 2025: 12 estações da Linha 1‑Azul (lista completa ainda não divulgada) seguirão o mesmo padrão.
- Fase 3 – 26 de março de 2025: dez estações da Linha 3‑Vermelha – República, Anhangabaú, Sé, Bresser‑Mooca, Tatuapé, Carrão‑Assaí Atacadista, Penha‑Lojas Besni, Vila Matilde, Guilhermina‑Esperança e Patriarca‑Vila Ré – passarão a atender das 6h às 22h, enquanto Palmeiras‑Barra Funda, Corinthians‑Itaquera e Artur Alvim manterão o horário habitual.
- Fase 4 – 15 de setembro de 2025: 24 estações das Linhas 4‑Amarela e 5‑Lilás terão a mesma redução de horário, ficando apenas três estações com o expediente estendido até 0h.
Reação dos usuários e dos sindicatos
O sindicato dos funcionários do Metrô ainda não se posicionou oficialmente, mas representantes afirmam que a medida pode "gerar desconforto" em grupos que dependem do atendimento presencial, como idosos ou turistas que ainda não dominam os aplicativos. Por outro lado, a Associação de Usuários de Transporte Público de São Paulo destacou que a iniciativa pode acelerar a adoção de meios digitais, reduzindo filas e melhorando a segurança nas bilheterias.
“Para quem já usa o aplicativo TOP ou as máquinas de autoatendimento, a mudança não traz nenhum incômodo. O que preocupa são os passageiros que ainda não têm acesso à tecnologia”, comentou Ana Luciana, coordenadora da associação.

Impacto econômico e operacional
Em termos de custos, a redução de 3 horas e 20 minutos de expediente diário nas 27 bilheterias envolvidas representa uma economia estimada de R$ 2,3 milhões por ano, segundo relatório interno da Companhia do Metropolitano de São Paulo. Além da economia direta, a expectativa é que a digitalização aumente as vendas de passagens via aplicativo em cerca de 12% nos primeiros seis meses.
Os dados de 2024 mostraram que as máquinas de autoatendimento já respondem por 48% das transações, número que deve subir para acima de 60% até o final de 2025, se a campanha de incentivo for bem-sucedida.
Como usar os novos canais digitais
Para quem ainda está na dúvida, a Companhia do Metropolitano disponibiliza tutoriais em vídeo nas estações, além de pontos de assistência nos terminais mais movimentados. O aplicativo TOP, atualizado em dezembro de 2024, permite recarga, compra de passes mensais e até a consulta de saldo em tempo real.
Os usuários que preferirem a bilheteria presencial ainda podem fazê‑lo nas três estações que manterão o horário estendido, mas a recomendação oficial é planejar a compra com antecedência para evitar contratempos.

Próximos passos e monitoramento
O Metrô informou que acompanhará de perto a adesão ao canal digital e, se necessário, ajustará os horários novamente. Uma avaliação preliminar está prevista para dezembro de 2025, com possibilidade de expansão do modelo para outras linhas ou até mesmo para as estações da Linha 2‑Verde.
Enquanto isso, a expectativa é que os passageiros se adaptem rapidamente, sobretudo porque a maioria das estações já conta com sinalização clara indicando os novos horários e os meios alternativos de compra.
Perguntas Frequentes
Como a mudança de horário afeta os passageiros que viajam à noite?
Para quem costuma comprar passagem nas bilheterias após as 22h, a recomendação é usar o aplicativo TOP ou as máquinas de autoatendimento, que funcionam 24 horas. Nas três estações que manterão o expediente estendido, o atendimento presencial continuará até a meia‑noite.
Qual é o motivo principal da redução do horário?
A Companhia aponta que apenas 4,5% dos clientes utilizam as bilheterias nos períodos de baixa demanda, gerando gasto desnecessário de pessoal. Reduzir o horário permite concentrar recursos humanos nos horários de pico e fomentar a compra digital.
Quais linhas serão as primeiras a adotar o novo horário?
A primeira fase, a partir de 15 de janeiro de 2025, inclui as estações Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba e São Mateus, todas na Linha 15‑Prata. Em seguida, a mudança se estende à Linha 1‑Azul em 29 de janeiro.
Como será feita a comunicação das novas regras aos usuários?
A Companhia garantirá sinalização visual nas entradas das estações, anúncios sonoros e campanhas nas redes sociais. A divulgação começa duas semanas antes de cada fase, conforme comunicado oficial de 3 de janeiro.
Existe algum plano de revisão dos horários após a implementação?
Sim. A empresa realizará uma avaliação em dezembro de 2025 para medir a adesão ao digital e o impacto operacional, podendo ajustar ou expandir o modelo para outras linhas.
Marcos Stedile
outubro 21, 2025 AT 22:11Olha, eles táo quietamente tramando trocar o atendimento presencial por um grande experimento de vigilância digital; são caras que nunca deixam a gente saber quem realmente controla as máquinas, e ainda dizem que é só economia…