Suécia empata em 1-1 com Eslovênia e vê sonho da Copa do Mundo 2026 desmoronar

Suécia empata em 1-1 com Eslovênia e vê sonho da Copa do Mundo 2026 desmoronar
Luana Bassaneze 1 dezembro 2025 0 Comentários

Quando o apito final soou aos 90'+7', o estádio sueco ficou em silêncio. Não por falta de esforço, mas por desesperança. A Suécia empatou em 1-1 com a Eslovênia na sexta rodada das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2026, em 1º de dezembro de 2025, e com isso, viu suas últimas esperanças de classificação direta se evaporarem. O gol de Gustav Lundgren, aos 42 minutos do segundo tempo, foi apenas um alívio momentâneo — não uma salvação. A realidade é cruel: a Suécia, tradicionalmente uma das potências do futebol europeu, está à beira da exclusão da maior competição do planeta.

Um empate que não salva ninguém

O jogo começou tímido, quase cauteloso. O primeiro tempo terminou 0-0, com a Suécia dominando a posse, mas sem criatividade nos últimos 30 metros. O primeiro grande momento veio aos 2 minutos, quando o zagueiro Daniel Svensson foi impedido em uma jogada clara, mas a arbitragem manteve o lance. A Eslovênia, por sua vez, surpreendeu com organização defensiva e contra-ataques rápidos. Escanteios aos 10’ e 11’, faltas de Svit Seslar e Vanja Drkusic contra jogadores suecos, e uma finalização bloqueada de Mattias Svanberg aos 8’ mostravam que o jogo seria de pequenos detalhes.

No segundo tempo, a Eslovênia acordou. Aos 19’, Timi Max Elsnik recebeu passe de linha de fundo, cortou para dentro e finalizou com o pé esquerdo, colando a bola no ângulo. O gol foi um soco no estômago da torcida sueca. A reação veio rápido: aos 20’, o técnico Janne Andersson trocou Emil Krafth por Gabriel Gudmundsson, buscando mais movimento no ataque. E funcionou. Aos 42’, em uma bola parada, Gustav Lundgren desviou com a cabeça — ou melhor, com o pé esquerdo — após cobrança de escanteio, empatando o jogo. Foi o primeiro gol da Suécia em seis jogos nas eliminatórias. Mas não foi suficiente.

A tabela que não perdoa

Após o apito final, a classificação do grupo revelou o quão desesperadora é a situação. A Suíça lidera com 14 pontos (4 vitórias, 2 empates), já garantida para a Copa do Mundo de 2026. O Kosovo está em segundo com 11 pontos, na briga direta pela vaga direta ou repescagem. Já a Eslovênia, com 4 pontos (0 vitórias, 4 empates), parece uma equipe que só joga para não perder. E a Suécia? 2 pontos. Nenhuma vitória. Oito gols sofridos. O saldo de -8 é o pior do grupo. O que era um sonho, virou pesadelo.

Do passado ao presente: uma queda inesperada

A Suécia já foi finalista da Copa do Mundo em 1958, quando sediou o torneio, e chegou às quartas de final em 2018. Mas nos últimos anos, o time perdeu identidade. A geração de Ibrahimović, que brilhou em 2016, se desfez. Os novos nomes — como Lundgren, Bardghji ou Gudmundsson — ainda não encontram ritmo coletivo. O técnico Andersson, que comandou a equipe até a Copa de 2018, está sob pressão. O empate com a Eslovênia não foi uma surpresa: a equipe sueca já havia perdido por 2-1 em casa contra a Suíça em outubro, e por 1-0 fora contra o Kosovo em novembro. O jogo de 5 de setembro em Liubliana, que terminou 1-1, já havia sinalizado o problema: falta de eficiência, excesso de posse sem perigo real.

A Eslovênia, por outro lado, é um exemplo de disciplina tática. Sob o comando de Srečko Katanec, o time joga com baixa posse, mas alta organização. Os empates contra Suíça e Kosovo foram resultados de estratégia, não sorte. O fato de ter empatado duas vezes com a Suécia em seis jogos mostra que o time esloveno é mais sólido do que aparenta — e que a Suécia, em contraste, é vulnerável.

O que vem a seguir? O fim de um ciclo

A última rodada das eliminatórias acontece em março de 2026. A Suécia enfrenta a Suíça fora de casa — uma missão impossível. Já a Eslovênia joga contra o Kosovo, em casa. Mesmo que a Eslovênia vença e a Suécia ganhe de alguém, a diferença de saldo de gols é insuperável. A Suécia precisa de um milagre. E não há milagres nesse grupo.

O que está em jogo não é apenas uma vaga na Copa. É a credibilidade de uma federação que, nos últimos anos, tem priorizado jogadores de clubes menores da Europa, em vez de investir em jovens talentos nas categorias de base. A seleção sueca está sem um centroavante de referência, sem um meia criativo, sem um líder no gramado. E isso não se conserta com um empate.

Frequently Asked Questions

Como a Suécia chegou a essa situação tão crítica?

A Suécia perdeu todos os jogos decisivos contra as equipes do grupo: derrotas para Suíça e Kosovo, e empates com Eslovênia e Moldávia. A equipe sofreu 14 gols em seis jogos, o pior desempenho defensivo entre os times do grupo. Além disso, não marcou gol em quatro das seis partidas, mostrando falta de eficiência ofensiva. O técnico Janne Andersson não conseguiu adaptar o estilo de jogo aos novos jogadores, e a falta de liderança no grupo agravou a crise.

A Eslovênia ainda tem chance de se classificar?

Teoricamente, sim. Mas a chance é mínima. A Eslovênia precisa vencer o Kosovo na última rodada e torcer para que a Suíça perca para a Suécia por pelo menos 3 gols de diferença — algo impossível, já que a Suíça lidera com 14 pontos. Mesmo assim, a Eslovênia pode se classificar pela repescagem se terminar entre os quatro melhores segundos colocados de todos os grupos. Mas com apenas 4 pontos e saldo negativo, isso é improvável.

Quem pode substituir a Suécia na Copa do Mundo de 2026?

A Suécia não será substituída. A classificação é por desempenho, não por substituição. Se não se classificar, a vaga será ocupada por outro time do grupo — provavelmente o Kosovo, se mantiver o segundo lugar. Caso a Suécia não entre na repescagem, será a primeira vez desde 1990 que não participa da Copa do Mundo. Isso seria um golpe histórico para o futebol sueco.

O que a UEFA diz sobre a situação da Suécia?

A UEFA não comenta resultados individuais, mas reconhece que a Suécia está entre as seleções mais surpreendentes da fase de grupos. A federação sueca já foi citada em relatórios internos como uma das que mais precisam de reformulação na base, especialmente no setor ofensivo. A falta de jovens talentos de alto nível nos últimos cinco anos é apontada como a principal causa da crise atual.

O empate com a Eslovênia foi o pior resultado da Suécia nas eliminatórias?

Não foi o pior em termos de resultado, mas foi o mais simbólico. A Suécia já havia perdido por 2-1 para a Suíça e por 1-0 para o Kosovo, mas em ambos os jogos havia expectativa de vitória. O empate em casa contra uma equipe com apenas 4 pontos foi um choque de realidade. Foi o primeiro empate da Suécia em casa nas eliminatórias desde 2009 — e a última vez que isso aconteceu, o time também não se classificou.

O que os torcedores suecos podem esperar no futuro?

A Federação Sueca já anunciou uma revisão completa do programa de base, com foco em criatividade e finalização. Jogadores como Isac Lidberg e Roony Bardghji, de apenas 20 anos, são as novas esperanças. Mas o processo leva anos. A próxima geração de talentos só poderá brilhar em 2030 — se a Suécia não perder mais uma Copa do Mundo. O silêncio no estádio em 1º de dezembro foi o eco de um ciclo que terminou.